A obra de reconstrução da BR-155, no trecho que liga o
município de Sapucaia a Eldorado do Carajás, segue em ritmo de passo de tartaruga,
como diz o dito popular “devagar quase parando”. Em mais de cinco de meses de
trabalho, homens e máquinas da empresa C.C. L, que venceu o processo
licitatório promovido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Trafego (Denit),
para executar o trabalho de reconstrução do trecho de 105 quilômetros de
extensão, implantou apenas 4.5 quilômetros de asfalto desde inicio da obra que
começou no mês de maio deste ano.
O restante do trecho está todo por fazer e a previsão é que
a obra não será concluída antes da chegada do período chuvoso. Alguns
motoristas já estão prevendo os transtornos e prejuízos com os atoleiros que se
irão se formar caso a obra não seja concluída. Um dos pessimistas é o motorista
Antônio Francisco de Souza, 53 anos, que trabalha em um caminhão que transporta
combustível. O profissional lembra que no inicio do ano imensos atoleiros se
formaram no trecho depois que o asfalto foi arrancado e aterro foi colocado no
local para tapar os buracos. “Eu me lembro de ter ficado atolado aqui nesse
trecho por causa do lamaçal que se formou com a colocação de barro e piçarra. Pensei
que a obra seria feita este ano, mas do jeito que vai, acredito que nem no
final do próximo ano ela será concluída”, disse Souza.
Com os buracos, a viagem se torna mais cansativa e demorada,
e os motoristas de ônibus e vans não conseguem fazer o percurso dentro do
horário previsto pelas empresas de ônibus e Cooperativa de Transporte
Alternativo. De acordo com o motorista Celso Silva, quando a viagem estava em
perfeito estado de conservação, a viagem de Marabá a Xinguara era feita dentro
de duas horas e quarenta minutos, hoje, devido os buracos a viagem chega a
durar até cinco horas.
“Não tem como correr em uma buraqueira dessas. Se tentar
acelerar, o carro quebra e nós acabamos ficando e no meio da estrada. O jeito
aqui e ter paciência e esperança de que esse trecho seja construído, quem sabe
até o ano que vem”, disse Celso.
Esclarecido, o passageiro Raimundo Viera de Moura, fez um
questionamento. “Se o trecho não tivesse
sido federalizado, através de um projeto de lei feito por um deputado federal,
será que ele não estaria recuperado à semelhança do trecho que liga Marabá até
a cidade de Moju, que foi todo recuperado pelo Governo Estadual”, disse
Raimundo. Dinho Santos
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