Dieese não se anima com reajuste do mínimo

O Governo Federal anunciou que o salário mínimo vai ter um aumento de 9%, ultrapassando os atuais R$ 622,00 para R$ 678,00. O novo valor passa a vigorar a partir do dia 1º de janeiro.

Segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), o reajuste no valor do menor vencimento do país não vai trazer grandes ganhos no poder de compra. “Em novembro, a cesta básica dos paraenses custou R$ 270,22 e comprometeu na sua aquisição cerca de 47% do salário mínimo atual. Com o novo mínimo de R$ 678,00, que começa a vigorar a partir do próximo dia 1º de janeiro, o impacto deverá diminuir um pouco, mas não o bastante para que o mínimo atenda os preceitos constitucionais, onde o trabalhador pudesse ter o direito a habitação, vestuário, transporte, educação, alimentação, lazer, etc. Este salário constitucional deveria ser hoje em torno de R$ 2.514,00, bem longe, portanto, do valor do novo salário mínimo”, analisa o Dieese-PA. Ainda de acordo com o departamento, no Pará, cerca de 40% dos trabalhadores ocupados recebe no máximo um salário mínimo, o que representa aproximadamente 1.417.941 pessoas. O total de trabalhadores ocupados no Estado, segundo o Dieese-PA, é de 3.530.240 pessoas, sendo que cerca de 62% são homens e 38% são mulheres. (DOL com informações do Dieese-PA)